Infraestrutura inadequada, corrupção e impostos
minam a competitividade logística do Brasil
A Fundação Dom Cabral divulgou os resultados da
pesquisa Custos Logísticos no Brasil 2014, cujo objetivo é
avaliar os Custos Logísticos para as empresas e seu impacto nos negócios.
A pesquisa consultou 111 empresas brasileiras, cujo
faturamento equivale a 17% do PIB. De acordo com o estudo, os Custos Logísticos
no Brasil consomem 11,19% da receita das empresas, que revelam ter um alto
nível de dependência de rodovias (85,6%), máquinas e equipamentos (68,5%) e
energia elétrica (66,7%).
“Em
linhas gerais, o Transporte continua sendo um fator muito presente na
composição do Custo Logístico, basta ver, por exemplo, que 48,6% das empresas
consultadas consideram muito alta a influência dos transportes na formação do
preço final de seus produtos”, destaca Paulo Resende, coordenador do Núcleo
de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral e responsável pelo
estudo.
Alguns
dados da pesquisa reforçam este aspecto. O transporte de longa distância é,
com 44%, o fator mais representativo na estrutura de Custo Logístico das
companhias, seguido de armazenagem, com 19,06%.
Os
transportes de produto acabado e de matéria-prima têm os maiores Custos Logísticos.
Para
69,3% das empresas, o transporte de produto acabado tem um custo muito alto
ou alto; e 61,2% das empresas têm a mesma opinião sobre o transporte de
matéria-prima.
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Neste contexto, as rodovias têm um
papel de destaque. No Transporte de insumos e produtos, o Modal Rodoviário é,
de longe, o mais utilizado (81,7%), seguido do ferroviário (14,6%). Tanto que,
para 40% das empresas consultadas, a melhoria das condições das rodovias é um
fator importante para reduzir os Custos Logísticos.
Dada a importância do Modal Rodoviário
para as empresas, o desafio que se impõe diz respeito à qualidade das rodovias,
o que, segundo a pesquisa, estamos longe de alcançar, uma vez que 69,1% das
empresas consultadas consideram nossas rodovias muito ruins ou ruins”, pontua
Resende.
Nos Modais Ferroviário e Portuário,
a situação é ainda pior: 95,5% e 80,8% das companhias responderam que a
qualidade nesses modais é muito ruim ou ruim, respectivamente.
De acordo com a pesquisa, a participação da
iniciativa privada é vista como crucial para o desenvolvimento dos projetos de
infraestrutura no Brasil, com destaque para a concessão rodoviária (77,3%
consideram a participação privada bastante ou extremamente necessária),
concessão ferroviária (83,7%), administração portuária (82,7%) e gestão de
aeroportos (85,2%).
Para o empresariado, o maior gargalo para o
cumprimento das obras de infraestrutura no Brasil é a corrupção, com 75,5%,
seguida da burocracia (60%).
“As empresas avaliaram, ainda, que a corrupção, os
impostos e a infraestrutura inadequada compõem o tripé responsável por minar a
competitividade do ambiente logístico brasileiro”, conclui Paulo Resende.
Segundo a pesquisa, a formação de mão de obra tem
proporcionado relevantes aumentos não previstos na composição do Custo Logístico.
Para 62,4% das companhias, formar mão de obra tem um impacto muito alto ou alto
no aumento extra do custo logístico.
De forma geral, a saída encontrada pelas empresas
para atenuar o Custo Logístico tem sido a terceirização de frota e os serviços
logísticos para outros operadores (70%).
O preço
final dos produtos produzidos e transportados se agrega em torno de quase 50%
dos custos finais com transporte, principalmente quando se transporta matéria
prima e produto acabado para longa distância pelo Modal rodoviário.
A dependência
das empresas por Transporte no Modal rodoviário chega à 86%.
A grande
questão é: como reverter esse quadro mostrado pela Pesquisa? O que já é do conhecimento das empresas, só
através de pressão das Entidades e Associação de Classe para pressionar o
Governo para então em conjunto firmarem as parcerias para reverter esse
lastimável quadro apresentado pela Pesquisa.
FONTE: FUNDAÇÃO DOM CABRAL
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